**** Post diferente! ****
Minha Pequena é decidida!
Outro dia li em algum lugar a Malu Magalhães chamando o
Camelo de "broto". Pareceu tão estranho, mas depois eu bem que entendi...
O "broto" dela tinha um carinho, uma intimidade, tinha uma segurança
gostosa de gente que achou um porto seguro, com sol saudável de manhã e vento
fresquinho da tarde. Eu pensei naquele "broto" pra minha vida.
Não o Camelo, claro. Mas o meu "broto".

Tem gente que sabe mesmo como pegar as mãos de alguém. E nem importa se é sábado, domingo, segunda, se o horário do trabalho já passou de estourado... De repente tem uma mão na sua mão, que pode te levar pra onde quiser. Quando se encontra alguém assim não existe porque divagar sobre "entrega". Basta ir, junto com aquele abraço, aquela mão. Apenas porque não existe coisa diferente a ser feita.
Deve ser uma tristeza profunda passar por essa vida e não saber o que é vestir um moletom velho, confortável, meio desbotado, prender os cabelos sem conexão, colocar chinelos gastos, não usar maquiagem, aparecer no meio da sala com 2 DVDs nas mãos, questionar o "broto" sobre qual deve ser o escolhido do domingo e ouvir dele _ com um baita sorrisão no rosto _ que pode ser qualquer um porque, com você, linda daquele jeito, ele quer ver os 2 e passar o domingo ali, boiando em frente a TV, com você repousada sobre ele, dividindo fatias de pizza muito calóricas, que não vão engordar nada, porque o fim do domingo será de muito amor.
O amor será com o “broto” que ofereceu um sorriso verdadeiro pra você, sem maquiagem, sem salto, sem roupa colada, e te fez perceber que pra ele você é bonita até de moletom desbotado. E você gosta dele tanto que nem se importa com o fato dele ter dito que a Joplin, pra ele, fazia mais barulho que música.
E sobre o fato dele ter uma barriguinha saliente, quem se importa? Ele tem aquele português impecável e faz coisas difíceis parecerem fáceis e engraçadas. Quem se importa com a Joplin depois disso? Ele falou baixinho no meu ouvido que vai trocar o "status" do facebook dele pra "relacionamento enrolado" só pra me ver erguer a sobrancelha esquerda com ares de discordância e me levou a um restaurante italiano muito longe, só pra eu beber um vinho que ele jurava ser divino. Outro dia, eu com minhas famosas doenças de tradição, disse a ele que morar junto era estranho e que por isso eu não ficaria muitos dias na casa dele. Ele juntou 3 camisas, 2 calças e uma infinidade de cuecas e ficou parado na minha porta com cara de criança que pede colo.
Me lembro de outra crise minha em que eu disse que todas as
minhas amigas estavam casando e meus dedos permaneciam sem aliança. Ele me
olhou meio torto, disse que nosso relacionamento não era um "seguidor de
padrões" e que não gostava da igreja católica. Eu disse que não
namoraríamos mais e fiquei 2 dias sem falar com ele. Voltei chorando e ele fez
café com creme, só pra mim. Depois dele, eu passei a questionar as ideias
tradicionais da sociedade. Passei a questionar as minhas ideias tradicionais.
Mais importante, eu passei a gostar das costeletas dele, que antes eu considerava de gosto duvidoso.
Lembro que desde que nos conhecemos ele me chamou de um
jeito que eu odiei. Falei pra não chamar e ele ignorou, chama até hoje. Todas
as vezes que eu faço manha, que quero dengo, que ele faz as minhas vontades ou
que eu cedo às vontades dele, é assim que ele me chama. Me olha, com aqueles olhos
de menino, com inocência, leveza, coloca as mãos entre os meus cabelos, me
abraça apertado e diz baixinho com aquela rouquidão melodiosa e inesquecível na
voz _ “Vem cá 'pequena'”. E eu vou... Porque eu sou pequena dentro do imenso
universo de felicidades infinitas que só ele me traz. Mas o “pequena” dele não
é por isso. Esse é o carinho dele, é o “broto” que ele definiu pra mim.
Quando eu disse que ele teria apenas mais 2 anos pra me
pedir em casamento ele resmungou _ “Pequena, você é decidida”! Eu sorri
escondido e fiquei quieta. Ele se calou e 2 semanas depois me disse que faria
uma obra no apartamento dele. Ficou lá em casa, por 2 meses. Uma manhã disparou
_ “Fim da obra, vem comigo pra ver se gosta.” _ Ele escolheu um caminho diferente
e quando finalmente chegamos perguntou se eu gostava do apartamento. Ambos
sabíamos que era um lugar diferente, endereço diferente, espaço e tamanho
diferentes. Sem entender eu disse que gostava. Ele me deu as chaves e falou _ “É
sua, se quiser, pode ser nossa”. _ Havia vendido o apartamento pra morarmos
juntos em um lugar maior. Enquanto eu delirava com vestidos de noiva pela
internet, ele construía uma surpresa.
Morando juntos somos como antes, mas sem a saudade das
noites de alguns dias úteis. Eu deixei a história de casamento, ele outro dia
disse que tava sentindo falta das minhas “imposições matrimoniais”. Eu disse
que mudaria o “status” do meu facebook pra “casada” e ele sorriu. Eu mudei, ele
aceitou. Os amigos perguntaram pelo “churrasco”, fizemos nossa lua-de-mel. Antes
de me contar ele perguntou sobre minhas férias. Agendamos juntos pra ficarmos
mais tempo em casa. No avião eu disse que tava feliz e ele me irritou dizendo
que talvez me fizesse ciúmes com as italianas. “Elas são fogosas, mas não são
bestas!” _ eu retruquei. Ele sorriu! Parei de bisbilhotar vestidos na
internet e ele se emocionou ao me ver chorando no casório da amiga de infância.
À noite, antes de dormir ele disse _ “se alguém te pedir em
casamento, você vai me deixar?” _ Eu neguei, já era casada. Ele disse que
encararia uma igreja por mim, eu respondi que dispensaria todas por ele. Me
abraçou forte e pela primeira vez senti que teve medo. Resolvemos esse impasse
com um juiz de paz e um quintal bonito. Me perguntaram como conseguíamos ficar
juntos por tanto tempo, eu disse que ele tinha aquele olhar. Na vez dele, sorriu dizendo _ “Minha “pequena” é decidida!”
Pâmela Rodrigues
* Foto retirada de algum lugar que não lembro na internet. Ainda não consegui tirar a "bordinha", help me!!!!
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Há mais de 10 mil anos
atrás (rs!) tive um blog de crônicas, poesias, textos livres, etc.
Escrevia muita coisa e um dia decidi dividir com outras pessoas o que
produzia. Foi uma época ótima! Eu fiz muitos amigos. Conheci pessoas
ma-ra-vi-lho-sas! Algumas, ainda mantenho contato até hoje. Claro, com o
tempo, o início da faculdade e todos os compromissos, o blog parou. Eu
também parei de escrever.
Enfim,
ano passado, escrevi uns textos e enviei, alguns deles, por e-mail para
alguns amigos que fiz no blog. Outros permaneceram guardados...
Gosto
de estar de volta ao "mundo blogueiro". O ritmo atual é bem diferente
mas, ainda assim, como eu também mudei, gostei de voltar com um blog que
possui foco e temática bem diferente da anterior. Como os desejos se
desenvolvem em ritmos distintos e gosto de postar sempre algo já
adiantado pra vocês, hoje vou deixar um texto que escrevi ano passado.
Espero que gostem.
Beijos,
Pâmela Rodrigues